Existem diversos fatores que podem levar à infertilidade feminina, masculina e do casal. No entanto, quando o fator que leva à dificuldade para engravidar não é identificado, se dá o diagnóstico de infertilidade sem causa aparente. A infertilidade sem causa aparente...
Tratamentos Hormonais
Há inúmeras formas de se repor hormônios que estejam em falta no nosso corpo, seja por doenças, procedimentos cirúrgicos ou pela fase da vida.
Procure saber qual a reposição mais adequada para você consultando seu médico.
Tratamentos Hormonais
Antes de falarmos em tratamentos hormonais, devemos esclarecer que os hormônios são substâncias químicas que monitoram e regulam o funcionamento do corpo, incluindo o crescimento, o metabolismo e a reprodução. Quando o organismo tem um desequilíbrio hormonal, suas funções são alteradas e podem surgir doenças.
Quais os sintomas das disfunções hormonais?
O desequilíbrio hormonal é mais comum do que se imagina e seus sintomas irão depender de qual glândula não está funcionando corretamente e qual hormônio está em desequilíbrio. Fique atento ao sinais de hormônios desregulados:
- Insônia: a regulação do sono depende de diversos hormônios, como a melatonina, os hormônios da tireoide e os hormônios sexuais (testosterona, estradiol), além das próprias alterações fisiológicas do corpo com o passar da idade. O sono irregular, por sua vez, afeta o ritmo da maioria dos hormônios, principalmente o do crescimento (GH), o cortisol e os hormônios intestinais responsáveis pelo controle do apetite;
- Fome excessiva: quando alguns hormônios, como por exemplo a grelina (produzida no estômago), estão elevados , há sensação de mais fome. Além disso, quando há produção insuficiente de alguns hormônios intestinais, como o GLP-1, o PYY e a oxintomodulina, por exemplo, ocorre menor saciedade após as refeições;
- Má digestão: no hipotireoidismo, por exemplo, pode acontecer digestão mais lenta e prisão de ventre (constipação intestinal), pois a diminuição dos hormônios da tireóide tornam o funcionamento de todo o corpo mais lento;
- Cansaço constante: os hormônios da tireóide controlam o metabolismo e, se houver diminuição na sua produção, o corpo começa a funcionar de forma mais lenta. Assim, é comum que a energia da pessoa cesse mais rápido e ela se sinta mais cansada no seu dia a dia, além da dificuldade de concentração;
- Ansiedade, irritabilidade e depressão: alguns hormônios, como os da tireóide e os sexuais, têm relação direta com o equilíbrio emocional. Isso porque essas substâncias influenciam a sensação de bem-estar e prazer – e quando estão desequilibradas provocam alterações no humor;
- Acne e espinhas: o aumento dos hormônios masculinos, como a testosterona, provoca o excesso de oleosidade na pele e, por esse motivo, tanto em homens quanto em mulheres, pode haver uma presença maior de acne ou espinhas;
- Queda de cabelo: ocorre quando há excesso de hormônios masculinos de forma descompensada, provocado por problemas nas glândulas suprarrenal e hipófise;
- Sede e necessidade de urinar excessivos: a falta ou mal funcionamento da insulina causa elevação do açúcar no sangue, o que gera o aumento da produção de urina e desidratação.
Distúrbios hormonais
Quais são as causas dos distúrbios hormonais?
No organismo, todas as glândulas são capazes de diminuir ou até perder a capacidade de produzir hormônios. Confira as principais causas:
- Doenças sistêmicas, como as autoimunes;
- Obesidade;
- Hábitos de vida prejudiciais (falta de sono, sedentarismo, fumo, álcool, alimentação ruim)
- Estresse;
- Doenças genéticas;
- Tumores;
- Falta de irrigação sanguínea (isquemia);
- Trauma (acidente);
- Cirurgia com retirada de parte ou de toda a glândula;
- Medicamentos que interfiram diretamente na produção hormonal;
- Abuso do uso de hormônios.
Por outro lado, também podem ocorrer os excessos hormonais, em que as principais causas são:
- Distúrbios de produção glandular;
- Uso indevido de medicamentos;
- Hábitos de vida prejudiciais (falta de sono, sedentarismo, alimentação ruim);
- Estresse;
- Reposições hormonais em doses inadequadas;
- Tumores produtores de qualquer hormônio;
- Doenças sistêmicas como as doenças autoimunes.
Como tratar hormônios desregulados?
O tratamento de hormônios desregulados varia de acordo com a causa e o tipo de alteração. Hoje em dia é possível repor de forma artificial a maioria dos hormônios, por meio de medicamentos sob prescrição médica. Além disso, mudanças no estilo de vida, como perder peso e melhorar a alimentação, podem amenizar os sintomas.
É importante sempre investigar e realizar o tratamento adequado dos distúrbios hormonais, já que eles podem contribuir para o desenvolvimento de outras doenças, como diabetes, pressão alta, colesterol alto, doenças cardíacas, obesidade, problemas renais, depressão e ansiedade, infertilidade e até mesmo alguns tipos de câncer, como o de mama e o de endométrio.
Distúrbios Hormonais Femininos
Os distúrbios hormonais femininos não surgem somente na fase em que a mulher entra na menopausa. A produção de hormônios pode ser alterada, para mais ou para menos, também na puberdade e na gravidez. Assim, caso haja algum sinal de qualquer alteração nos níveis hormonais, é importante que o paciente se consulte com um Endocrinologista de sua confiança.
Reposição Hormonal na Menopausa
Durante o climatério até a menopausa (última menstruação da mulher), há uma diminuição na produção dos hormônios femininos: estrogênio, progesterona e testosterona.
Com essa queda dos hormônios, muitos sintomas começam a aparecer, como: ondas de calor, insônia, alterações do humor, ansiedade, entre outros.
A reposição com hormônios sintéticos ou bioidênticos tem como objetivo amenizar esses sintomas, porém essa reposição pode ter efeitos colaterais.
Vale lembrar que somente o médico pode prescrever a dosagem, tempo de uso e a melhor via de administração para a mulher. Antes disso, há uma avaliação minuciosa que irá definir os hormônios indicados de acordo com cada caso.
Hormônios na Gravidez
Os hormônios estrogênio e progesterona têm a finalidade de preparar o corpo feminino para o momento em que, possivelmente, haverá uma fertilização. O estrogênio predomina antes da ovulação, entretanto a atividade deste hormônio diminui para combinar sua ação à progesterona, logo após a ovulação.
Caso a fertilização não aconteça, o nível de progesterona irá cair e a mulher irá menstruar. Se a mulher engravidar, a taxa desse hormônio não irá diminuir. A progesterona é uma das responsáveis pelos enjoos da gravidez, junto com o HCG. Está associada ao sono, à salivação e alteração de humor. Os enjôos e eventuais vômitos explicam porque algumas mulheres chegam a emagrecer nesta fase da gravidez. Também é comum o inchaço no corpo, mesmo no início da gravidez.
A presença do hormônio HCG é o que indica a gravidez. Sua produção acontece nas células que formam a placenta, chamadas de trofoblasto, e tem início logo depois da fertilização. Porém, ele só pode ser identificado tanto na corrente sanguínea como na urina, depois que acontece a implantação do embrião no endométrio. Sua produção é muito importante ao longo dos três primeiros meses, pois é o que mantém a produção da progesterona pelo corpo lúteo no ovário.
Corpo lúteo ou corpo amarelo é a estrutura que se forma no ovário no local onde antes estavam as células que formavam o folículo antes de ocorrer a ovulação. Quando o folículo se rompe ele libera o óvulo e as células que permanecem no ovário assumem uma nova função e passam a produzir progesterona e estradiol em quantidades suficientes para manter uma futura gravidez.
O estrogênio tem uma atuação importante no sistema circulatório. Ele contribui na dilatação dos vasos, na preparação do corpo da mulher, que irá passar por um aumento do volume de sangue em veias e artérias, e no crescimento das glândulas mamárias para a futura amamentação. Ainda podem surgir sintomas de rinite, maior tendência a ter calor e até dores de cabeça, causados pela dilatação vascular. O estrogênio também é responsável pelo aumento dos fatores de coagulação sanguínea. Esta adaptação prepara o corpo da mulher para o sangramento que vai acontecer depois da saída da placenta. Dentro do útero deve ser formado um coágulo que, junto com a contração do útero, impede uma perda sanguínea maior, o que poderia comprometer a saúde da mulher.
O prolactina é um hormônio produzido pela hipófise. Junto com o lactogênio placentário, produzido pela placenta, preparam as glândulas mamárias para a produção de leite. Mas a produção láctea só vai acontecer alguns dias depois do parto com o estímulo da sucção dos mamilos pelo(s) recém nascido(s).
Um desequilíbrio hormonal pode alterar de maneira significativa como seu corpo e suas emoções funcionam. Saiba que essas alterações podem ser identificadas e quando tratadas podem modificar seu vigor e disposição para enfrentar a vida.
Hormônios na puberdade
É na puberdade que a menina começa a produzir o estrógeno e a progesterona, considerados os principais hormônios sexuais femininos.
O estrógeno é o responsável pelo aparecimento das características sexuais secundárias na mulher, como o aumento das mamas, aumento dos quadris, distribuição de pêlos pelo corpo etc. O estrógeno também fomenta o impulso sexual e leva ao amadurecimento dos órgãos genitais.
A progesterona é o hormônio que impulsiona o desenvolvimento dos vasos sanguíneos e das glândulas do endométrio, deixando-o mais denso e preparado para o útero receber o embrião. Além disso, esse hormônio é produzido principalmente pelo corpo lúteo do ovário (corpo amarelo).
É neste momento, quando inicia-se a produção dos hormônios sexuais na puberdade, que a menina começa o seu ciclo menstrual, ovulando uma vez ao mês.
As meninas também produzem testosterona, porém em menor quantidade comparado com os meninos. Esse hormônio é responsável por deixar a voz menos aguda e pelo crescimento dos primeiros pêlos nas axilas, nas pernas e na região pubiana. Ele também pode provocar acnes e espinhas por estimular as glândulas sebáceas na pele.
Nos meninos, os hormônios são produzidos nas gônadas masculinas, que são os testículos.
São esses hormônios que determinam as características sexuais secundárias masculinas, induzem a formação dos gametas masculinos e promovem o impulso sexual.
É aproximadamente entre os 11 e os 14 anos – na puberdade – que começam a acontecer as mudanças psicológicas e fisiológicas no corpo dos meninos.
A testosterona é produzida por meio de dois hormônios gerados pela adeno-hipófise (o FSH e o LH), agindo sobre os testículos.
É a testosterona, principal hormônio masculino, que desenvolve os órgãos genitais, estimula a queda dos testículos para a bolsa escrotal e o aparecimento das características sexuais secundárias masculinas, como a distribuição de pelos pelo corpo, engrossamento da voz, desenvolvimento dos músculos e dos ossos, entre outras.
Esse hormônio também contribui no amadurecimento dos órgãos genitais e promove o impulso sexual.
Formas de Reposição Hormonal
Existem diversas formas de realizar a reposição hormonal. Cabe ao médico a avaliação de cada caso específico, para determinação do melhor método para que a reposição hormonal seja feita.
Comprimidos e cápsulas: são a forma mais comum de reposição e tratamento hormonal;
Injetável: a aplicação pode ser mensal ou trimestral;
Implante subcutâneo: há várias formas de implantes hormonais. O mais utilizado é um tubo de quatro cm contendo hormônios (um progestógeno) é implantado debaixo da pele, permitindo sua liberação gradual por tempo prolongado (até 3 anos). Sua principal utilização é para atuar como contraceptivo ou para reduzir sangramentos e sintomas de cólicas em mulheres portadoras de miomas ou endometriose. Há outros implantes que são utilizados para reposição hormonal no climatério, por tempo menor (em geral um ano). Podem ser utilizados para liberar estradiol, progesterona, testosterona e outros hormônios, a depender das indicações clínicas. Esses implantes necessitam ser removidos através de uma pequena cirurgia quando vence o tempo programado de liberação hormonal. Por último, mais recentemente foram introduzidos na prática clínica, o uso de implantes absorvíveis. Esses são de menor tamanho, tem um cm em média, podem ser preparados para liberar hormônios com as mesmas características que os removíveis, mas têm a grande vantagem de ser biodegradáveis, não sendo necessário sua retirada.
Adesivo e gel: esses formatos não interagem com o estômago e o fígado, evitando problemas digestivos e melhorando a absorção;
Óvulos vaginais, anel vaginal e dispositivo intra-uterino (DIU) hormonal: liberam menos hormônios no organismo devido à sua ação local. Os óvulos duram um dia. O anel é trocado uma vez por mês e o DIU hormonal pode durar até 5 anos;
Spray nasal: alguns hormônios podem ser absorvidos pela mucosa do nariz.
Strip oral: essa forma de administração se faz pelo preparo de um pequeno pedaço de um papel degradável que se dissolve rapidamente na mucosa oral, liberando o hormônio com que foi preparado. Sua absorção é muito rápida e facilita a tomada diária.
Filme vaginal: semelhante ao strip oral, a administração hormonal por esta via se faz através da aplicação de pequenos pedaços de papel biodegradável introduzidos manualmente na vagina, que aí libera os hormônios e se dissolve sem deixar resíduo, como acontece com os óvulos ou cremes vaginais. Essa via tem duas vantagens: o efeito local (tópico) dos hormônios na mucosa vaginal e o fato de não ter uma passagem direta pelo fígado , sendo metabolizado mais lentamente e sem provocar sobrecarga hepática. As dosagens e os tipos de hormônios podem variar de acordo com as necessidades da paciente e o objetivo terapêutico buscado.
Existem diversos tipos de distúrbios hormonais que, a depender do caso e da pessoa, possuem variadas opções de tratamentos. Não deixe de consultar um Endocrinologista de sua confiança para que o correto diagnóstico e plano de tratamento sejam feitos.
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