A ultrassom na gravidez evoluiu muito nos últimos anos. É sempre um momento muito esperado e emocionante para futuras mamães e papais, seja para saber o sexo ou até mesmo para ver o rostinho do bebê na ultrassonografia 3D ou 4D.
Mas qual a implicação clínica do ultrassom na gravidez, sua importância e quais doenças podem detectar? Continue lendo esse artigo e saiba tudo sobre a ultrassonografia na gestação.
Quais são as ultrassons na gravidez?
Os tipos de ultrassom na gestante vão sendo realizados de acordo com a idade gestacional. Os principais tipos são:
- Ultrassom transvaginal: deve ser feito no início da gestação, de 6 até 11 semanas.
- Ultrassom Morfológico: é um ultrassom com imagens mais detalhadas que o transvaginal e permite a avaliação do crescimento do bebê e o desenvolvimento dos seus órgãos.
- Ultrassom em 3D: é o ultrassom que permite ver os traços do bebê, pois a imagem é mais nítida. Além disso, é possível detectar possíveis malformações no bebê.
- Ultrassom em 4D: esse ultrassom mostra os movimentos do bebê em tempo real junto com a qualidade da imagem do 3D. Isso permite fazer uma análise detalhada do feto.
- Ultrassom com Doppler Colorido: recurso do ultrassom que mede a velocidade do sangue dentro do vaso. Na obstetrícia é utilizado para avaliar o fluxo no cordão umbilical. Além disso, mede a artéria cerebral média e como está a placenta em termos de funcionamento.
Quantos ultrassons se faz na gravidez?
Não existe um número certo de ultrassons durante a gravidez, mas o recomendado é fazer pelo menos um ultrassom por trimestre.
Em casos de alguma suspeita ou alteração na gravidez, fica a critério do médico repetir o ultrassom mais regularmente.
Em geral, as ultrassonografias são realizadas da seguinte forma:
- A primeira transvaginal entre 6 e 11 semanas;
- Morfológica do primeiro trimestre entre 11 e 14 semanas
- Morfológica do segundo trimestre entre 20 e 24 semanas
- Último Ultrassom entre 34 e 37 semanas
Qual o primeiro ultrassom na gravidez?
O exame obstétrico inicial é o ultrassom feito por via transvaginal.
A partir de 6 semanas já é possível visualizar o embrião.
Esse exame é essencial para localizar a gestação e verificar se está adequadamente implantada e ter certeza que está dentro do útero.
É importante também para datar a gestação, essencial para acompanhar a gravidez e dizer se o feto está bem e se está crescendo normalmente de acordo com a sua idade gestacional.
O ideal é realizar esse exame entre 7 e 8 semanas.
Mas porque ele precisa ser transvaginal? Porque o ultrassom transvaginal consegue chegar mais próximo da gestação e por via abdominal se perde muito em qualidade. Vale ressaltar que não há problema algum e não causa nenhum prejuízo ao bebê.
Nessa fase dá pra confirmar se a gravidez está indo bem, se é uma gestação inviável ou se tem um prognóstico ruim. Os aspectos analisados são:
- Saco gestacional implantado adequadamente no fundo uterino
- Contornos bem regulares
- Se há hematomas
- Vesícula vitelina
- Se já consegue ver o embrião
- Se consegue ouvir o batimento cardíaco e se a frequência é adequada
- Dimensões do saco gestacional em relação ao embrião
Se tudo estiver bem, a gestação está normal.Se um ou mais desses aspectos apresentarem alguma anormalidade, é preciso analisar e reavaliar uma semana depois.
Geralmente quando a gestação atinge 8 semanas em condições normais, dificilmente a evolução é ruim e diminuem as chances de aborto espontâneo.
Ultrassom Morfológico do primeiro trimestre
Ultrassom por via abdominal que deve ser realizado entre 11 e 14 semanas, também conhecido como translucência nucal. Foi idealizado quando pesquisadores concluíram que a espessura da pele atrás da nuca, quanto maior e mais espessa, estava associada com algumas doenças genéticas, doenças cromossômicas como a síndrome de Down e cardiopatia. Começou apenas com a identificação da quantidade de líquido presente na nuca do feto e ao longo dos anos foram adicionados outros marcadores de risco (aspectos avaliados nos fetos), como:
- Presença ou ausência do osso nasal
- Vaso ducto venoso
- Refluxo na válvula do coração
O exame da translucência nucal deve ser realizado em fetos com comprimento cabeça-nádega entre 45 e 84 mm e com menos de 14 semanas de gestação.
Para o cálculo de risco é utilizado um programa de computador, da fundação de Medicina Fetal de Londres.
O programa utiliza como base a idade materna e corrige o risco basal de acordo com os dados fornecidos pelo ultrassom.
Outros aspectos que podem ser observados no ultrassom morfológico do primeiro trimestre:
- anatomia
- sistema nervoso central
- vias urinárias
- membros
- mielomeningocele (coluna aberta)
Com todos esses aspectos observados, é possível o diagnóstico das cromossomopatias, malformações do feto e adaptação da gravidez.
É o momento que também se pode calcular o risco da mulher desenvolver pré-eclâmpsia, que está relacionada com o desenvolvimento placentário.
A eclâmpsia é a principal causa de morte materna no mundo, por isso esse risco deve ser sempre rastreado.
Do ponto de vista ecográfico, dá pra estimar esse risco através do cálculo de risco de pré-eclâmpsia, que utiliza a medida da resistência nas artérias uterinas. O doppler avalia a velocidade do sangue dentro do vaso. Quando esse fluxo está alterado junto com outros parâmetros clínicos, pode significar um risco aumentado de desenvolvimento de pré-eclâmpsia ao longo da gestação.
Vale ressaltar que são muitos fatores que podem aumentar o risco da mulher desenvolver a pré- eclâmpsia, como:
- Já ser hipertensa
- Obesidade
- Diabetes
- Ter tido eclâmpsia em gestação anterior
- Histórico familiar
- Doenças sistêmicas
Ultrassom Morfológico do segundo trimestre
É realizado entre 20 e 24 semanas. Consegue avaliar em detalhes a morfologia fetal, em busca de malformações e eventuais marcadores de risco. Existem inúmeras patologias fetais que esse exame consegue identificar. É possível também analisar o sistema nervoso central e o coração. Um em cada 100 bebês terá algum problema no coração e quando é detectada alguma anormalidade no ultrassom morfológico, é necessário realizar o ecocardiograma fetal, feito por um cardiologista.
Além disso, mede o bebê, seu peso e também calcula o risco de pré-eclâmpsia.
Saiba tudo sobre o ultrassom morfológico clicando aqui.
Qual a última ultrassom que a grávida faz?
A última ultrassom, já na reta final da gravidez, é importante para avaliar o aspecto da placenta e a quantidade de líquido amniótico. Além disso, ela mostra a posição do bebê dentro do útero e a posição do cordão umbilical, deixando a mamãe mais tranquila para o parto.
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